As energias sustentáveis usam fontes mais limpas, como o sol, o vento ou os resíduos sólidos, para gerar energia elétrica. Contam com novas tecnologias e infra-estrutura, diferentes daquelas relacionadas ao uso de combustíveis fósseis (como querosene, diesel e gasolina), que são hoje a principal fonte de energia no mundo e também principal fonte de emissão de gases poluentes que contribuem para as mudanças climáticas. Para ser considerada sustentável, as energias devem ser mais acessíveis, confiáveis, modernas e limpas. Para isso, devem oferecer melhor eficiência energética, ser menos poluentes, e considerar as características únicas e necessidades de cada local.
Em 2012, foi lançada a iniciativa global da ONU Energias Sustentáveis para Todos (Sustainable Energy for All SEE 4 ALL). A iniciativa tem como meta até 2030:
1- Garantir um acesso universal a serviços de energia modernos
2- Duplicar a taxa global de melhorias de eficiência energética
3- Duplicar a partilha de energias renováveis na combinação global energética
Posteriormente, a Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável adotou 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, objetivos e metas para os próximos 15 anos a partir de 2015. A agenda universal para o desenvolvimento sustentável deve orientar as ações, políticas e investimentos dos países. Entre os 17 Objetivos e 169 metas, “Energia Acessível e Limpa” está diretamente relacionada aos outros objetivos.
Além disso, o Brasil assumiu em 2016, pelo Acordo de Paris, o compromisso de implantar ações e medidas em níveis nacionais e locais, para minimizar os efeitos das mudança climáticas. Ficou acordado que, no setor de energia, espera-se alcançar 45% de energias renováveis até 2030, incluindo a expansão do uso doméstico de fontes de energia não-fósseis e aumentando a participação de fontes renováveis (além da energia hidrelétrica) para, pelo menos, 23% até 2030, o que deve considerar energias eólica, biomassa e solar.
O acordo enfatiza a importância de as ações serem baseadas e orientadas pelo melhor conhecimento científico disponível e, ainda, pelos conhecimentos tradicionais, além da necessidade de proteger e envolver grupos, comunidades e ecossistemas vulneráveis.
A introdução de tecnologias de energias sustentáveis soluciona a exclusão energética com que hoje ainda convivem milhares de pessoas – aproximadamente 2 milhões no Brasil – com graves impactos em suas vidas, especialmente de grupos mais vulneráveis, crianças, jovens e mulheres.
Em regiões isoladas, implementar novas energias envolve soluções ainda não enquadradas nas regulamentações e rotinas tradicionais a nível governamental e de políticas públicas – como a integração de novas tecnologias, diversificação de fontes de energia e desenvolvimento de novos modelos de negócios. Além disso, inovações tecnológicas em energia e a geração descentralizada exigem a inclusão de novos atores em seus processos.
O IDEAAS trabalha para a ampliação do uso de energias sustentáveis e o alcance do acesso universal à energia no Brasil com foco no desenvolvimento local.