OBJETIVO: Implementar um Consórcio para a mitigação da exclusão elétrica na Amazônia através de tecnologias de energia renovável e um modelo de negócio autônomo e sustentável.
ONDE: Ilhas de Belém e Marajó (Pará) e região do Médio Solimões (Amazonas)
QUEM APOIA: C.S. Mott Foundation
PARCEIROS: Instituto Peabiru, Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
“Luz Para uma Vida Melhor” é um projeto de acesso à energia sustentável de baixo custo a comunidades na Amazônia que vivem sem acesso à rede de distribuição de energia.
O projeto introduz soluções tecnológicas para substituir fontes de energia não-renováveis (óleo diesel, querosene, pilhas, madeira de floresta nativa) por energias sustentáveis, e dar acesso à novos serviços, antes não viáveis, por custos compatíveis à capacidade de pagamento dos usuários finais.
Para que estes produtos sejam acessíveis em comunidades isoladas e tenham sustentabilidade no longo prazo, o projeto desenvolve também o Arranjo Produtivo Local das Energias Renováveis (APL). A construção do APL torna as soluções e os serviços disponíveis para comunidades isoladas, ao mesmo tempo em que envolve as próprias comunidades no Arranjo, por meio da criação de capacidade local.
O Luz para Uma Vida Melhor teve início em 2017 com o projeto piloto na comunidade Nossa Senhora da Conceição, na Ilha de Paquetá, Belém do Pará, em parceria com o Instituto Peabiru, a Universidade Federal do Pará, Arquidiocese de Belém e o Movimento de Mulheres das ilhas de Belém. O local foi escolhido em função de pesquisa realizada em 2014 pelo Instituto Peabiru, a partir de recomendação do Movimento das Mulheres das Ilhas de Belém, apontando a situação de exclusão energética desta comunidade.
A solução tecnológica oferecida para atender às principais necessidades deste local foi o Bakana Solar. Trata-se de uma solução de fácil e rápida instalação (plug & play), fácil de usar, robusta, de fácil manutenção e baixo custo mensal. O kit Bakana Solar do IDEAAS é resultado de duas décadas de pesquisa e desenvolvimento de soluções energéticas direcionadas para populações rurais isoladas.
Atualmente, os kits atendem a demanda por 1. iluminação residencial, 2. carregador USB (para celular, smartphone, rádio), 3. lâmpada para espantar morcegos (acesa durante toda a noite) e 4. televisão 14 polegadas. São soluções simples e com alto impacto na qualidade de vida das famílias, que atualmente chegam a gastar 25% da sua renda com energia, especialmente com óleo diesel.
O Luz para uma Vida Melhor busca a maior autonomia possível nas comunidades. Para isso, o Arranjo Produtivo Local das energias renováveis envolve também a assistência à organização comunitária para gestão dos sistemas e criação de um Fundo Comunitário de manutenção. O Fundo tem o objetivo de não sobrecarregar a renda familiar nos momentos de reparos, como a troca de bateria após o fim da sua vida útil (aproximadamente 3 anos).
Com a implementação do projeto na Comunidade Nossa Senhora da Conceição, iniciou-se a construção do APL na região, envolvendo o Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém, a capacitação de agentes técnicos, curso de educação paro uso aos comunitários e criação de franquia social. Em julho de 2019, o projeto completa 2 anos. Os kits instalados estão em pleno funcionamento e o APL continua se desenvolvendo e incluindo novos atores locais. Além disso, apresenta resultados positivos para a saúde, geração de renda, educação, autonomia das mulheres e qualidade de vida.
Em 2018, teve início a construção do APL na região do Médio Solimões em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. Em 2019, o projeto foi expandido para comunidades isoladas na Ilha do Marajó, em parceria com o Instituto Peabiru.
O Luz para uma Vida Melhor demonstra que é possível atender àqueles não contemplados pelas políticas públicas atuais. Apenas na Amazônia brasileira, há mais de 1 milhão de famílias no meio rural, principalmente de povos e comunidades tradicionais. A maioria sofre com o alto grau de exclusão energética. Isso tem graves consequências em suas vidas, em especial nos grupos mais vulneráveis, como crianças, jovens e mulheres.
Assista vídeo sobre o Programa.